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Seminário da Audicon aborda governança pública
A Associação Nacional dos Auditores (Ministros e Conselheiros Substitutos) dos Tribunais de Contas, sob a coordenação-geral de seu Presidente, ministro-substituto Marcos Bemquerer Costa, promoveu Seminário sobre “Controle externo: uma contribuição para a governança pública”, nos dias 7 e 8 deste mês. O evento, realizado em Brasília/Distrito Federal, no Auditório do Anexo III do Tribunal de Contas da União, contou com a presença de associados da Audicon, ministros-substitutos do TCU, conselheiros e conselheiros-substitutos dos Tribunais de Contas dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, bem como com a valiosa participação, na condição de palestrantes, dos ministros Valmir Campelo e Benjamin Zymler e do ministro-substituto Weder de Oliveira, todos do Tribunal de Contas da União, e dos conselheiros Antonio Joaquim (TCE/MT), Edilberto Carlos Pontes Lima (TCE/CE), Júlio Pinheiro (TCE/AM) e Valdecir Fernandes Pascoal (TCE/PE). O presidente Marcos Bemquerer Costa enfatizou a importância da atuação do controle externo de modo a contribuir para o constante aperfeiçoamento da governança pública: eventuais falhas e distorções apontadas nas fiscalizações devem ensejar recomendações ao ente jurisdicionado visando à respectiva supressão e, se for o caso, a remodelagem dos pontos problemáticos que impedem ou dificultam a plena realização de políticas públicas a bem da coletividade. Seguindo a programação, o ministro Valmir Campelo, ex-Presidente do TCU e relator dos processos de controle externo relacionados às obras referentes à Copa de 2014, proferiu palestra sobre “O papel do controle externo na fiscalização de obras públicas para a Copa de 2014”, destacando que o controle deve permear as etapas da concepção, projeto, orçamento, licitação, contratação, qualidade, garantia, finalidade, eficiência, eficácia e efetividade. Os investimentos públicos buscam o atendimento dos interesses coletivos e são estruturantes para a redução das desigualdades regionais, portanto, é preciso uma boa gestão de tais recursos. Dados da Copa do Mundo de 2014 registram R$ 25,8 bilhões fiscalizados em obras de estádios, aeroportos, portos, mobilidade urbana, turismo, segurança e negócios. Dentre as principais irregularidades apontadas estão aquelas relacionadas ao projeto básico/executivo e ao sobrepreço/superfaturamento. Trouxe o ministro Valmir Campelo a informação de que, com a fiscalizações efetuadas, houve até o momento uma economia superior a R$ 650 milhões, além de comentar diversas deliberações proferidas pelo TCU. Ressaltou, ao final, a importância do “Planejamento-Execução-Controle” na realização de obras públicas para a obtenção de resultados que bem atendam ao interesse público bem como a atuação dos tribunais de contas em suas respectivas fiscalizações nas obras relacionadas ao megaevento, contribuindo assim para assegurar um bom legado ao desenvolvimento do País. Ao discorrer sobre o “Regime Diferenciado de Contratação: uma evolução positiva nas contratações públicas”, o ministro Benjamin Zymler, ex-Presidente do TCU, enfatizou inicialmente que a governança pública – de conceito complexo porque pressupõe ideias de eficiência, eficácia e economicidade, mecanismos de liderança, estratégia e controle para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão – deve proporcionar resultados de políticas públicas para atender a necessidade da coletividade. O órgão de controle externo não faz a governança pública dos órgãos jurisdicionados, mas pode e deve fiscalizá-los de modo a induzir a melhoria da governança de inúmeros setores públicos. Os tribunais de contas não podem ter a intenção de substituir o administrado, mas, como indutores de comportamento, podem formular parâmetros que instiguem o órgão jurisdicionado a melhorar os indicadores de desempenho da administração pública. A respeito do Regime Diferenciado de Contratação, em linhas gerais, apesar de sua aplicação limitada, segundo os termos da lei, afirmou o ministro que o novo instrumento de contratação tem trazido resultados satisfatórios (diminuição do tempo de processamento da licitação, vantajosidade pós-contrato, etc.) e já há movimentos para expandir seu emprego. Explorou ainda diversas questões técnicas da operacionalização do RDC, destacando, dentre outros pontos, que esse regime aposta na qualificação e na competência discricionária do gestor para bem manejá-lo: cabe ao gestor decidir sobre inverter e desinverter fases (julgamento das propostas e apresentação dos lances, antes da fase de habilitação; divulgar ou não o orçamento, escolher o regime de execução de obras, por exemplo). Concluiu que o valor do RDC será deduzido dos resultados de sua aplicação concreta para alcançar o objetivo da administração pública: “comprar bem e mais rápido de empresas idôneas e por preços justos”. Por sua vez, o ministro-substituto Weder de Oliveira, em sua palestra “Uma visão da Lei de Responsabilidade Fiscal no viés do controle externo”, com acentuado domínio da matéria, ressaltou a importância da referida norma legal, bem como a cultura de responsabilidade fiscal que ela trouxe ao País. Explanou sobre a atuação dos tribunais de contas em relação à LRF e concluiu que essa lei “é um vigoroso instrumento para consolidação de uma, ainda incipiente, cultura político-administrativa voltada para a austeridade e responsabilidade na gestão da finanças públicas. A modernização da administração dos estados e municípios é imprescindível. Essa expectativa não se tornará realidade sem o empenho efetivo de prefeitos, governadores, do Presidente da República, dos parlamentares…sem a atuação firme dos tribunais de contas e demais órgãos de fiscalização, sem a cobrança dos meios de comunicação e da sociedade organizada.”. Os conselheiros Antonio Joaquim do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e Presidente da Atricon – Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil; Edilberto Carlos Pontes Lima do Tribunal de Contas do Estado do Ceará representando o Presidente do Instituto Rui Barbosa – IRB; Valdecir Fernandes Pascoal do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco; e Júlio Pinheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, abordaram o tema “Perspectivas e desafios do controle externo brasileiro para os próximos anos”, cada um com as ênfases particulares de suas visões e experiências nas suas funções de controle externo e/ou de presidentes de entidades relacionadas ao controle. Em apertada síntese, o atual Presidente da Atricon conselheiro Antonio Joaquim defendeu a consolidação do sistema brasileiro de controle… Read more »